Para sair, muitos usam maquiagem,
o melhor perfume, a roupa mais bonita do armário, ou mesmo as máscaras
preferidas, de boazinha, de compreensiva, de tranquila, de entusiasmada, tudo
isso para novos contatos ou reencontros, sem perceber que estão deixando em
casa a ferramenta mais importante quando usam tanta maquiagem emocional: a
percepção de si no outro.
Para encontros, a maioria vai
armado, com seus pensamentos, seus pontos de vista como únicos e 100% corretos,
com seus medos, como a forma como se trata, como os eventos não resolvidos do
passado, com traumas e bloqueios, que acabam tanto dificultando as relações,
como sua percepção pessoal de onde está e qual o passo certo a tomar.
Tanto no nosso lado luz , quanto
no nosso lado sombra, é tudo projetado no próximo mais próximo, pois essa
realidade de desconforto e encantamento pela vida é sinalizadora do nosso ponto
de emissão e atração do Universo.
Até quando nos controlamos para
não sermos algo, ou agimos como alguém, é uma forma de restringir o fluxo
abundante da vida.
Se todos quisessem escolher
apreciar a vida , os eventos, as circunstâncias e as atitudes alheias com esse
olhar de como me sinto confortável ou desconfortável com algo em mim através da
atitude do outro, os impactos de eventos traumáticos seriam reduzidos, bem como
o lado nocivo da vítima seria eliminada de uma vez por todas, não precisando
mais usar a fuga como forma de evitar mais dor, mas o posicionamento de colocar
luz nos acontecimentos seria vivido, percebido e assim as escolhas na vida
seriam mais assertivas sobre nossas atitudes com nosso mundo interno.
Outro dia contei sobre um aluno
que veio falar comigo por motivos de desentendimento com o namorado e sua
atitude de revanche vista e possivelmente ativa no outro.
Ele nunca tinha ouvido falar que o
mundo nos trata como nos tratamos.
Tentei explicar resumidamente a
importância de pegar mais leve consigo e se aceitar, que a questão dele a
resolver era com o abandono da mãe biológica e a ausência do pai biológico,
mesmo tendo pais adotivos super carinhosos, e que se permitir seguir era uma
escolha com menos armaduras e mais encantamento pela vida. Ele ficou me ouvindo
atentamente, meio sem entender o que eu estava falando, mas acho que resolveu
se dar uma chance de aplicar o que havia falado para ele, e no retorno do carnaval
me falou que foi o feriado em que mais se divertiu ao lado da pessoa que
gostava, que foi recebido na família como filho e que vai guardar esse carnaval
para sempre em seu coração, como a oportunidade de se desculpar de um mal
entendido que se ficasse achando que tudo o que viria seria somente uma atitude
de revanchismo do desconforto gerado, esse bem estar nunca aconteceria.
Então fiz a pergunta clássica
sobre o que mais havia aprendido com o que acontecera, ele ficou meio calado,
foi quando completei que a maior parte dos nosso medos são infundados e se
deixarmos nos levar pelos mesmos, não realizamos nada na vida. Novamente ele
ficou por alguns segundos calado, e depois conversamos sobre outros assuntos.
Eu fiquei tão contente em mostrar
isso para uma pessoa com 16 anos aberta para perceber a interação com o mundo
como sendo a interação interior refletida, e a grande questão sobre os medos
infundados que só limitam. Como se uma semente tivesse sido lançada em solo
fértil e receptivo, onde o melhor crescesse rapidamente.
Agora depende dele manter esse
foco quando vierem outros medos, pois eles sempre vem, pois sempre estamos
migrando para novas etapas e por isso, os medos saltam como a tentativa de
manter o foco e o local seguro de viver e ser, mas essa realidade é parcial.
A vida é cheia de momentos novos
e por isso todos são inseguros, basta que percebamos o que ganhamos ou perdemos
em nos ver ou não através do outro e assim sermos mais objetivos na vida.
EFT para nos vermos melhor no outro
Eu estou sempre me relacionando
Mesmo que distante de pessoas
Ou problemas
O relacionamento que nunca falha
ou para é conosco
Dentro de nós
E o outro passa a ser nossa
extensão
Isso torna a vida mais produtiva
Objetiva
Menos sofrida
Mais assertiva
Sei que tenho muito a explorar em
mim
E no meu potencial
E essa necessidade de ir além
Além de ser meu direito divino
natural
É parte integrante da existência
que todos vivem
E eu aceito me ver no outro
Nas minhas sensações boas ou
ruins
Que somente expressam como ando
me tratando
E o que transborda de mim para o universo
E seu retorno
Eu começo a aceitar que o mundo
me trata
como eu me trato
e por isso escolho me perguntar e
observar
para depois decidir o que fazer
com meus desconfortos
se vou mantê-los ou
transformá-los
e assim vou convivendo e me
expandindo ao infinito e além
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