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domingo, 17 de dezembro de 2023

Mais um primeiro lugar em poesia, dessa vez pela Academia Pelotense de Letras

     


Então mais um motivo para eu pensar que esse é o melhor ano da minha vida!

     Nessa última sexta, 15/12/2023, recebi mais um prêmio de primeiro lugar em Pelotas, através da poesia com o título "Memórias de vida de uma africana escravizada", que na verdade teve todo seu mérito ao reconhecimento da minha bisavó materna que era africana e na minha família se contava que ela comia com as mãos na senzala, história que eu ouvia de minha mãe durante toda minha infância e adolescência, nunca tendo entendido todos os sacrifícios ancestrais para que eu pudesse estar aqui tendo todas essas experiências maravilhosas desse ano incrível.

        Eu já sabia do concurso em outubro de 2023, mas estava escrevendo variadas poesias, mas nunca satisfeita com as já escritas.

        Mas foi em meio de outubro que tivemos um evento interno de livros e artesanato, no instituto onde trabalho, que, conversando com uma amiga e colega sobre a consciência negra, me veio a imagem de um navio negreiro batendo com seu casco em um mar turbulento, e aí que decidi escrever sobre essa minha parente que nunca tive a oportunidade de conhecer, mas que sabia que fazia parte do meu DNA, já que temos influência até 4 gerações para trás. Como se tudo isso só tivesse mostrado como eu honro esse passado e como é importante valorizar tais condições nos permitindo ir avante na vida, o que realmente faz sentido e valida todas as dificuldades anteriores.

        E toda essa visualização me rendeu meu segundo prêmio de primeiro lugar em poesia, e eu nem me considero uma poeta, mas uma pessoa que gosta de ajudar outros a terem uma vida com maior sentido e impacto com a prática da EFT, as técnicas de libertação emocional

        Segue então o poema que sempre me emociono ao ler


Fragmentos de vida de uma africana escravizada


Depois de sermos removidos à força de nosso lar, sem tempo para se despedir,

sem condições de escolher por ficar, era a morte ou o mar.


Escolhi as águas incertas, optei por sobreviver,

apesar das condições adversas.



Nem sei quando a fraqueza começou a tomar posse de mim e o pânico da dor,

o medo de morrer

já não sabia mais o que pensar... de tanto horror.


Nem sei quando comecei a perder a noção do tempo, já não sabia mais que dia era

ou mesmo se o dia havia passado, regado com balanço e vento,

onde tudo poderia ser somente um grande pesadelo, com a esperança de acordar a qualquer momento

e também a sensação de que nunca amanheceria.



Posturas inapropriadas

de um quase permanente e desconfortável existir; finalmente a terra firme,

mas não a que se esperava, e, agora, o que sentir?


Muito trabalho forçado,

ser não valorizado, muita dor acumulada e a vida seguindo

sem dó, nem piedade.



Mas, mesmo assim, sobrevivi, apesar das circunstâncias,

sorri em alguns momentos, amei,

perdi e ganhei,

tive filhos e os criei.



Nunca mais voltei à minha terra, mas gerei muitos frutos, também cultivei a amizade,

criei laços,

incrustei minha vida através de sementes em solos férteis e incipientes,

deixando assim minhas marcas,

por quantos que direta e indiretamente alimentei.



Então, chegou o dia em que meu tempo acabou, mostrando que já era hora de partir,

nem sei se me despedi de quem pude amar, minha vida parece que passou diante de mim,

e um novo momento de territórios desconhecidos enfrentar, e um outro mar inesperado resolvi abraçar…