Estava eu indo para a praia do Laranja, que é a mais próxima de onde moro, e o assunto do motorista era sobre traição conjugal, sobre comportamentos de parceiros viciados em trair e como estavam usando as viagens para enganar seus parceiros, desembarcando antes do final do trajeto, ou dizendo que estavam indo de aplicativo, mas estavam saindo com terceiros. Com uma risada nervosa, o rapaz também falou do seu medo de estar sendo traído sem saber.
Fiquei admirada em ver como as pessoas são criativas, usando sua capacidade racional para chegarem onde desejam, como se os relacionamentos fossem prisões e não escolhas de convívio.
Comentei do porquê do comportamento de conquistas múltiplas e os respectivos perfis do traidor e do traído e como as pessoas atraem-se sucessivamente enquanto não curam suas feridas emocionais. De um lado tem o viciado na química gerada no corpo pela conquista, e de outro lado tem o carente emocional, que faz tudo para seu bem amado, sem medir os limites de suas capacidades, abandonando a si mesmo em prol de outra pessoa para mostrar seu valor e que merece sua validação por seus sacrifícios. Mostrei também que era autossabotagem o conjunto de tais atitudes que esses perfis que ama demais precisam de retrabalho emocional, não somente para rever os traumas atuais em relacionamentos, mas também os infantis nessa área.
Exemplifiquei com a história de uma cliente que tive, que era ninfomaníaca, nunca deixando seus parceiros descansarem nas noitadas de sexo, só para mostrar que ela era vigorosa e tinha valor. Fez engenharia mecânica, como curso superior, deixando sua profissão da área das exatas, por técnicas terapêuticas, atitude contestada por familiares também.
Comentei que a origem de sua compulsão sexual, estava na rejeição de ter nascido em uma família machista, que lhe exigia comportamentos e atitudes masculinas e a tratavam com muita comparação e piadas sem graça, dela com os irmãos mais velhos, o que a fazia se sentir envergonhada, desvalorizada e ridicularizada perante todos que ouviam e incentivaram as chacotas familiares. porque alfinetavam suas feridas já abertas há muito tempo. E que estava viciada nas taxas químicas geradas pela conquista, que normalmente são hormônios de bem-estar que não são produzidos em taxas naturais e saudáveis quando essas chagas emocionais estão ativas.
Até no atendimento, tentava botar regras de velocidade de execução das práticas de EFT, dizendo que era para acelerar resultados, mas não percebia que era somente mais uma forma de controlar os eventos em que se sentia traída pelos próprios parentes, através de suas conduções de diálogos nocivos sobre seu potencial. Controlar as condições externas a si, é ainda não entender que nosso único poder real vem da percepção de si nos traumas, crenças limitantes e gestão das emoções geradas nos eventos desconfortáveis.
Claro que ela desistiu dos atendimentos posteriores, com a desculpa de estava com presa em chegar nos resultados para seu trabalho, uma atitude bem comum para quem se sente na ferida de ser rejeitada, mas tudo tem seu tempo, e a vida não vai deixá-la fugir do seu destino de transformação e resultados, pois para ela está mais do que na hora disso, em função de tanto sofrimento guardado dentro de si.
A importância dos atendimentos individuais com o uso da autoaplicação para reestabelecer a gestão pessoal da sua própria vida, o que é a missão número de vida de cada um.
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