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sábado, 25 de agosto de 2012

SOBRE O MITO DA FELICIDADE - PARTE DO ARTIGO DA REVISTA ÉPOCA




Parte do artigo da revista Época - Dia 5/6/2011
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI236742-15228,00-+MITO+DA+FELICIDADE.html
A pressão por ser feliz pode atrapalhar seu caminho para viver melhor. Novos estudos propõem como cada um pode encontrar seu próprio bem-estar
LETÍCIA SORG. COM JULIANA ELIAS
A resposta de qualquer pai ou mãe, questionado sobre o que deseja para os filhos, está sempre na ponta da língua: "Só quero que sejam felizes". A frase não deixa dúvidas de que, numa sociedade moderna, livre de muitas das restrições morais e culturais do passado, a felicidade é vista como a maior realização de um indivíduo. Até governos nacionais se viram na obrigação de fazer algo a respeito. Neste ano, a China e o Reino Unido anunciaram a intenção de medir o grau de felicidade de seus habitantes. Os governantes, espera-se, querem o melhor para seu país, assim como os pais querem o melhor para seus filhos. Mas a ambição de sempre colocar um sorriso no rosto pode ter um efeito contrário. A pressão por ser feliz, condição nada fácil de ser definida, pode acabar reduzindo as chances de as pessoas viverem bem.
"Quero que meus filhos sejam felizes, mas também que encontrem um propósito e conquistem seus objetivos", diz o americano Martin Seligman, considerado o mestre da psicologia positiva. Depois de estudar a busca da felicidade por mais de 20 anos, ele afirma ser tolice elegê-la como a única ambição na vida. Ex-presidente da Associação Americana de Psicologia, professor da Universidade da Pensilvânia, pai de sete filhos e avô pela quarta vez, Seligman reviu suas teorias e concluiu que é preciso relativizar a importância das emoções positivas. "Perseguir apenas a felicidade é enganoso", diz Seligman a ÉPOCA ( a entrevista esta no final deste material) Segundo ele, a felicidade pode tornar a vida um pouco mais agradável. E só. Em seu lugar, o ser humano deveria buscar um objetivo mais simples e fácil de ser contemplado: o bem-estar.
Em seu novo livro, Flourish (Florescer), Seligman apresenta cinco fatores fundamentais para viver bem. A felicidade (emoções positivas), quem diria, seria apenas um deles, ao lado de propósito, realização, engajamento e relações pessoais (saiba mais no quadro abaixo). "O que eu pensava dez anos atrás era parecido com o que Aristóteles dizia, que havia um único objetivo final, a felicidade", afirma o americano. Mas ele observou que, muitas vezes, decidimos fazer coisas que não melhoram exatamente nosso humor. Como, por exemplo, ter filhos.
O que importa para viver bem
O psicólogo Martin Seligman afirma que a felicidade é só um dos elementos responsáveis por nosso bem-estar. Conheça os outros


Martin Seligman: "Todo mundo pode florescer - Perseguir só a felicidade é enganoso"
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI235122-15228,00.html


O psicólogo americano, criador da psicologia positiva, diz que uma vida boa é mais do que manter um sorriso no rosto e está ao alcance de qualquer um
LETÍCIA SORG

Um dos principais defensores da importância da felicidade, o psicólogo americano Martin Seligman está revendo seus conceitos. Em seu novo livro, Flourish (Florescer) , que será lançado no Brasil em outubro pela editora Objetiva, ele afirma que as emoções positivas estão supervalorizadas e que há pelo menos cinco caminhos para viver bem - ou florescer. Seligman explica sua nova teoria.
ÉPOCA - Flourish questiona o papel da felicidade que o senhor antes defendia. O senhor está renegando sua própria teoria?
Martin Seligman - Minha ciência sempre foi um trabalho em construção. Não estou renegando, apenas corrigindo e ampliando o que fiz antes. Renegar é uma palavra forte demais, já que fazer ciência é mudar de idéia.
ÉPOCA - Qual é a principal mudança?
Seligman - Deixar de entender a felicidade, as emoções positivas, como o objetivo final comum, como o único fator no qual as pessoas baseiam suas escolhas. Em vez disso, há cinco objetivos: felicidade, relacionamentos, propósito, engajamento e realizações. Se você pensar num avião, não há um único número que diga como ele está. É preciso checar altitude, velocidade, nível de combustível, temperatura. De maneira semelhante, os humanos são muito complicados e não dependem de um único fator.
ÉPOCA - Não é o caso, então, de ampliar o que entendemos por felicidade?
Seligman - É preciso restringir o conceito de felicidade. Perseguir só a felicidade é enganoso. Não que eu seja contra a carinha sorridente perpetuada por Hollywood, mas as emoções positivas são só parte do que motiva as pessoas.
ÉPOCA - A personalidade é o fator mais importante para a felicidade. Como ela influencia nossa capacidade de florescer?
Seligman - Um de meus principais interesses é a resiliência, a capacidade de recuperação quando algo de ruim acontece. Descobrimos que a personalidade ajuda a prever quem, diante de um desafio, vai ficar deprimido ou crescer. Em geral, os otimistas são aqueles que superam as dificuldades. Não importam os fatores externos, mas quanto você considera que a dificuldade é temporária, e a realidade mutável.
ÉPOCA - Quem é pessimista também pode florescer?
Seligman - Você pode ser deprimido e florescer; ter câncer, ser esquizofrênico e florescer. Essas condições atrapalham, mas não anulam a possibilidade. Essa é a principal vantagem de olhar para os cinco fatores, em vez de só ver as emoções positivas. Há muitas maneiras de aumentar seu engajamento, de melhorar suas relações pessoais, de ter mais propósito e de se sentir realizado. É possível aumentar a duração e a intensidade da felicidade, mas apenas dentro dos limites biológicos de quem você é. Se só as emoções positivas importassem, o máximo que poderíamos melhorar é de 5% a 15%.
ÉPOCA - Se a felicidade não é assim tão importante, por que governos como o do Reino Unido estão começando a medi-la?
Seligman - Há quem diga que governos devem pensar em aumentar a felicidade das pessoas. Eu digo que é preciso aumentar os cinco elementos. Pense em Madre Teresa. Era solitária, mas teve uma vida cheia de sentido e floresceu ajudando os outros. Fazemos trocas, e é isso que os governos têm de fazer.